O fisioterapeuta Oscar Dill, da Fisiotarumã, dá as dicas de algumas posturas para não prejudicar a saúde enquanto as pessoas estão trabalhando mais em casa
Já se passaram quase quatro meses de distanciamento social e muitos profissionais estão trabalhando em casa. A vida profissional foi reconfigurada muito rápido e muitas pessoas não tiveram tempo de se adaptar completamente. Usam a mesa da sala ou da cozinha para trabalhar. Em muitos casos, a estrutura em casa não foi pensada para passar horas em frente ao computador ou notebook. Não são todas as casas que tem cadeiras específicas para o trabalho a distância. O osteopata Oscar Dill, da Fisiotarumã, dá algumas dicas para a pandemia e manter a saúde corporal do trabalhador nos eixos.
O simples ato de sentar na cadeira exige cuidados. Esticar as pernas e inclinar o corpo para frente, por exemplo, está errado. O correto é apoiar os pés no chão, com tornozelo, joelhos e quadril em 90º. Os braços precisam estar apoiados em braços da cadeira ou então sobre a mesa. A coluna precisa estar encostada no espaldar da cadeira.
Outro comportamento comum do home office: falar ao celular enquanto digita, segurando o telefone entre o ombro e o pescoço. O ideal é falar no viva voz ou usar um microfone. “Esse hábito pode criar um vício de postura; você pode ter um espasmo dos músculos utilizados (esternocleidose trapézio superior), causando dores ou desconforto. Em um caso extremo, pode chegar a um encurtamento muscular, dores de cabeça ou de ouvido”, alerta Oscar.
A altura do monitor também é fato a ser considerado. Quando sentado, a parte central da tela precisa estar alinhada para a altura dos olhos. Por isso, notebooks não são recomendados para jornadas muito longas de trabalho. Se não tem alternativa, Oscar recomenda o investimento em um teclado secundário e a elevação da tela do notebook. Também é preciso manter os braços apoiados na cadeira ou sobre a mesa.
Vale prestar atenção à cadeira. Podendo adquirir uma específica para o trabalho, Oscar Dill recomenda uma que tenha um encosto rígido, que não ceda ou recline para a coluna manter-se apoiada. “A cadeira de trabalho é diferente da de descanso”, diz Oscar Dill, que recomenda as que têm rodinhas e permitem pequenas rotações do corpo preservando a postura, para acessar equipamentos e outros materiais de trabalho.
A recomendação final fica para os intervalos de trabalho constantes. Oscar comenta que o ideal é realizar pequenas paradas de 10 minutos a cada 50 minutos de atividades no computador. “Nesse intervalo, realiza-se o próprio descanso mental, para levantar, normalizar a circulação, evitar a lesão por esforço repetitivo (LER/DORT), alongar as mãos, os braços e as pernas, finaliza Oscar.