Inspirado no neoconcretismo, e na histórica exposição Photography into Sculpture de 1970, o foto-escultor dá forma a chapas de aço e mistura fotografias em suas composições, posicionando-se como artista inovador na cena contemporânea nacional
Junto da manipulação manual das chapas, que se tornam espAÇOS livres para criação, estão fotos de sua autoria. Aí tem-se a arte de Roni Munk. São obras de grande proporção, que geram impacto à primeira vista e discutem, cada uma a sua maneira, alguma questão com a participação do espectador. “Quero que as pessoas saiam diferentes do que entraram em minhas exposições. Não importa se gostam ou se detestam. Para mim o importante é que reajam ao ver minhas obras”, diz Roni Munk.
Desde 2016, o artista dedica-se às artes visuais, sendo a fotografia é a sua principal forma de expressão artística. Depois de uma bem-sucedida carreira de 30 anos no mundo corporativo, sua trajetória como artista começou com imagens bidimensionais e evolui para configuração de fotoesculturas / foto objetos e instalações, propondo uma conexão entre a fotografia, texturas, espectador, o espaço e o tempo. Roni Munk cria, trata, imprime e monta as imagens no seu estúdio, na região serrana do Rio de Janeiro. De sua ocupação anterior, o artista herdou a sistemática e a busca pelo melhor resultado.
Nos últimos anos, ele tem aprofundado a sua pesquisa configurando peças tridimensionais e instalações a partir de fotografias. “No meu processo criativo, as partes precisam corresponder exatamente; é preciso pensar em como vou pendurar, soldar, cortar e juntar as chapas de aço com a impressão fine art laminada nelas. Além da criação da peça, tem esse aspecto técnico importante a que me dedico também”, conta Roni.
O artista fotografa desde pequeno, inspirado e guiado por sua mãe, Judith Munk, que foi a primeira fotojornalista do Rio de Janeiro. Se ela foi pioneira na atuação feminina na fotografia dos anos 1950, ele está desbravando um espaço em sua escolha artística para combinar materiais difíceis de manipular e criar.
Neste sentido e com essa intenção, as obras de Munk busca referências nas propostas dos Neoconcretistas que o inspiraram. Lygia Clark, Helio Oiticica, Ligia Pace e Ferreira Goulart estão entre suas referências mais marcantes, seja pelo observador que participa da obra ou pela proposta criativa apresentada. “A arte contemporânea carrega consigo diversas possibilidades de expressão, refletindo o nosso tempo, e a foto escultura é a minha linguagem. Gosto de oferecer perguntas e não as respostas. Gosto de surpreender”, reflete o artista
Roni Munk, em menos de dez anos de produção artística, já realizou três exposições individuais e quatro mostras coletivas. Participou de quatro festivais, desenvolveu três livros de artistas e escreveu um livro. De todas essas ações, com oito anos mergulhado em criações diversas, “Revérbero”, sua próxima exposição individual, é sua maior ousadia. Cerca de 30 obras serão expostas, entre composições, instalações e foto esculturas – a grande maioria, inédita.
Sobre Roni Munk – As artes visuais são a terceira carreira de Roni Munk, que trabalhou como executivo de consultoria e gestão por 30 anos na iniciativa privada e, depois, na prefeitura do Rio de Janeiro por cinco anos. Exposições individuais: Cidade das Artes (Rio), Reserva Cultural (Niterói), Galeria 18 (São Paulo). Mostras coletivas: Espaço Judith Munk (Petrópolis), Icon Galeria (Rio), Paraty em Foco (Paraty), Centro de Artes Hélio Oiticica (Rio). Festivais: Festival Fotoempauta, de Tiradentes, Paraty em Foco (Paraty), Clube de Arte Fotográfica de Camaçari e Fotos Pro Rio. 3 livros de artista. Publicou o livro “Do Outro Lado, do Lado de Cá” sobre o racismo estrutural.